sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

ARDINA UMA BEBIDA QUE OS PRÓPRIOS ARDINAS BATIZARAM

 A Adega  Mesquita  foi sempre um local de encontro não só de fadistas  e amantes do fado e como tal amantes da noite. Abundavam clientes dos mais variados setores das atividades comerciais,  industriais,  o   Era o Bairro Alto o epicentro das rotativas de quase todos  os jornais diários, desportivos,  revistas e como consequência logica, jornalistas abundavam que trabalhavam de muito cedo até noite fora para que os jornais cedo chegassem a todas os pontos de venda da cidade  e arredores e preparação para terras mais distantes. Era  aqui  que a azáfama era notória , os Ardinas  faziam chegar bem cedo a todos os locais os jornais  e revistas mais vendidas. Falo de ardinas, sim essa figura que de sacola cheia de jornais  e cujo peso era  demais para alguns franzinos corpos   numa aparência bem enganadora, ativa para os vários andares cujas janelas ficavam abertas para esse fim. Cada ardina tinha clientes certos  num território onde todos se respeitavam. 

                   UM  ARDINA PARA AQUECER E CONSULAR AALMA|! 

Bem ao lado da Adega Mesquita havia uma casa de pasto de seu nome « PORCO SUJO» o nome não condiz muito bem com a realidade, no entanto assim lhe chamavam  por ter as mesas em mármore e nelas colocavam as refeições sem que lhes fosse colocada qualquer toalha. De grosso modo os pratos servidos eram na base de peixe frito  acompanhado de vinho tinto das barricas vindas da zona de Bucelas que tinha a particularidade das pipas serem transportadas numa carroça puxada  por um rubos- to cavalo ruço.

 Era nesta casa que, durante as frias madrugadas se  aquecia  com uma curiosa bebida  a que  chamavam de ARDINA  em honra dos ardinas que  por lá passavam Mesmo assim muitas outras pessoas  ali passavam para beber esta quente bebida. Eu comparava  este habito  com  o Cacau da Praça da Ribeira onde os amigos da noite se deslocavam para o conforto e aconchego do estomago.

  O que era a bebida?  Penso que toda a gente conhece ou conheceu  os copos de 3, de vidro  que eram normais  em quase todas as tabernas. Também era normal haver de madrugada café de saco para toda a noite. Assim se preparava rapidamente a bebida,  no copo, metade de aguardente e a outra parte de café bem quente, açúcar a gosto e polvilhava-se com canela. 

   Para quem nunca  bebeu um "Ardina " vale a pena fazer esta experiência, vai gostar sobretudo se estiver constipado  e com frio.

                                                                                                     

                                                                                        ISAIAS CORDEIRO        




 CADERNOS DE POESIA- POEMAS ESCOLHIDOS

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

VOAR EM SEGURAÇA RESSPEITANDO AS REGRA E DISCIPLINA QUE SE IMPOEM

 

                      O FASCINIO  PELA AERONAUTCA SEMPRE ME ACOMPANHOU

Foi meu padrinho de batismo António Amaral Ferreira  Afonso, tinha ele treze anos de idade  e por esse motivo, representado por seu pai e sua mãe, Raul do Nascimento Afonso e sua  cunhada Olimpia Pardal.

O meu padrinho ingressou na Força Aérea Portuguesa tendo falecido num acidente num treino de voo noturno  no avião T33 com o numero 1906 que embateu no solo na serra de Alvaiázere cerca das 23horas do dia 16 de Agosto de 1960. Mesmo assim este triste acontecimento em nada veio alterar o meu gosto pelos aviões e Helicopteros. Em 1970 alistei-me  na Força Aérea onde fiz o meu serviço militar durante alguns anos onde fiz formação em varias aeronaves. Servi Gloriosamente A Força Aérea mantendo até aos dias de hoje o gosto pela Aeronáutica, global.

Chegara-me às mãos uma pagina de um jornal datado de 20-05-de 1968 no qual  consta um acidente havido ao largo de Sesimbra com um avião a jato T37 da base aérea de Sintra que desapareceu. Transcrevo texto à data publicado com o seguinte teor: 

   Recolhido ao ao largo de Sesimbra  o capacete de um dos tripulantes do Avião « T 37»da Base aérea  de  Sintra que desapareceu. 

  Está, finalmente, determinado o local aproximado, onde o avião a jato «T37», da base Aérea de Sintra, se despenhou quando efetuava um voo de treino, tripulado pelo tenente  Piloto Aviador Manuel Simão, que seguia acompanhado pelo Alferes- miliciano da Força aérea, Abílio Mendes Fernandes.

   Como se calculava , o avião caiu no mar, não muito longe da costa e, como também se temia, perderam-se as esperanças  de encontrar com vida os dois infortunados oficiais.

  Ontem á Tarde, cerca das desseis e quarenta e cinco, a tres milhas a noroeste do Cabo Espichel, um pescador de Sesimbra recolheu no mar o capacete de um dos tripulantes do avião desaparecido, tudo indicando que seja  o do Tenente Redondo.   Não á porem, que se trata de um dos capacete utilizados pelos dois ocupantes no trágico voo.

Um oficial da Base Ara do Montijo deslocou-se á delegação  marítima de sesimbrã, onde o pescador entregou o achado logo que chegou a terra e transportou-o para aquela unidade Militar.

  Desta forma , dadas as dimensões reduzidas da área a percorrer , terminam as pesquisas por aviões continuando , no entanto, o navio patrulha. Brava» a efetuar buscas, numa tentativa para encontrar destroços do avião e recolher os corpos. 

O capacete de fibra recolhido apresenta evidentes sinais de tremenda colisão, estando, em parte destruído

 no lado esquerdo. A viseira foi arrancada  e apenas tem o auscultador do lado direito , e no interior são bem visíveis alguns resíduos de nafta. Ontem, desde o nascer do sol , efetuaram-se pesquisas, sob a orientação do Tenente Coronel Milton Pereira comandante da Base Aérea do Montijo.  O Capacete não dará por certo qualquer referencia sobre as origens o que só será possível quando forem encontrados os destroços.  


quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

TEXTOS ESCRITOS NO AVIÃO A CAMINHO DE MOÇAMBIQUE EM 29 DE DEZEMBRO DE 1971-LIABOA-LUANDA-CIDADE DA BEIRA




29 de dezembro de 1971

  O GOSTO PELA ESCRITA  QUE SEMPRE ME ACOMPANHOU, TAMBEM NESTA VIAGEM OCUPEI O MEU TEMPO  COM VÁRIOS TEXTOS QUE FAZEM PARDE DO MEU BÁU DE MEMÓRIAS, UM RICO ACERVO  QUE, DE TÃO VELHINHOS  JÁ SE TORTAM DE DIFICIL LEITURA . 

 A VIAGEM PARA MOÇAMBIQUE  FOI EFECTUADA POR VÁRIAS ETAPAS:

LISBOA -LUANDA

LUANDA- CIDADE DA BEIRA -MOÇAMBIQUE.

CERCA DE 15 DIAS DEPOIS, JÁ EM AVIÃO MILITAR- BEIRA-TETE.

-Lisboa ,17 horas da tarde, Aeroporto Militar de Figo Maduro, embarcamos cerca de 80 passageiros que aguardavam  embarque no Boing 707 recentemente adquirido pela Força Aérea Portuguesa .

Muitas lágrimas dos familiares  dos que embarcavam em regime de comissão de serviço d e pelo menos 3 anos mas quase sempre prolongada pela dificuldade  de haver falta de técnicos nas varias vertentes para  as aeronaves  à data existentes nas províncias ultramarinas. No meu caso pessoal a missão teve a duração de mais de quatro anos. 

Não tive ninguém na despedida,  mas como sempre, sozinho  desde o ingresso até  á passagem  à disponibilidade. me habituara a esta realidade.

No meu livro " PARA LÁ DA MEMÓRIA"  já descrevi uma pequena parte da minha passagem por terras da Africa ORIENTAL PORTUGUESA.

Espero ainda ter a oportunidade  de  transcrever todos os textos  que da forma como se encontram, tornam muito a sua leitura.



 

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

PESSOAS - ANTONIO FRANCISCO PEREIRA- O TIO Caló


                                                        
 António Francisco Pereira , mais conhecido por "Ti caló  nasceu na freguesia de Fornos em  31 de agosto de 1914 e faleceu a 2 de fevereiro de  1988.  Casou com  Olívia Vaz Meleiro, natural de S. Pedro, freguesia de Meirinhos, nasceu em 11 fevereiro de 1912 e faleceu em 10 março  de 2015.
 Tiveram  tiveram os seguintes filhos :
Adélia Pereira, Virgílio Pereira, Júlia Pereira, Conceição Pereira.
Sempre foi pastor durante a sua vida. Primeiro foi pastor do rebanho do  Senhor Doutor Virgílio de Carvalho durante  muitos anos. mais  tarde, 
comprou um rebanho que pastoreava por sua conta.
Era um homem simples, educado e respeitador do próximo, não se lhe conhecem conflitos ou gestos que possam ter reparo negativo. 
Foi um personagem relevante nesta freguesia de Castelo Branco  António Francisco Pereira , mais conhecido por "Ti caló  nasceu na freguesia de Fornos em  31 de agosto de 1914 e faleceu a 2 de fevereiro de  1988.  Casou com  Olívia Vaz Meleiro, natural de S. Pedro, freguesia de Meirinhos, nasceu em 11 fevereiro de 1912 e faleceu 10 de março  de 2015.
 Tiveram  tiveram os seguintes filhos : durante a sua vida pela sua sempre boa disposição e ótimas relações com toda a gente, com  família e com os demais que o rodeavam
Contador de histórias e um artista musical com o seu realejo (gaita de beiços) que alegremente tocava e pausadamente versava que servia para seu divertimento mas também para aqueles que lhe davam atenção. 
Os seus filhos, emigraram para França tendo no entanto já regressados à sua terra natal.  De realçar que o seu  filho Virgílio nunca emigrou e, sempre manteve a até aos dias de hoje a atividade, profissão que o seu pai sempre teve.
Morador que foi na Rua de Santo António nesta freguesia  de Castelo Branco , meu vizinho merece  o meu reconhecimento. 
Esteja onde estiver, Paz a sua alma.
                                                                 Isaías Cordeiro

sábado, 25 de novembro de 2023

FIGURAS -HISTÓRIA- PATRIMÓNIO- TRADIÇÕES

Este blogue tem estado inoperativo por circunstancias alheias,  mas  penso já estar  em plena funcionalidade e como tal dele tirar proveito sempre com o mesmo objetivo, e de quando em vês a minha companhia nos serões do inverno que se avizinha.



Já decorreu muito tempo sem escrever as minhas crónicas que confesso gostar ! 

textos para formato livro existem sendo a Etnografia, Historia , e alguns inéditos. Esta parte basta uma revisão global muito embora já tenha sido feita uma primeira. A minha condição  financeira não me permite sonhar. Mesmo assim não vou poupar as canetas que gentilmente  nos vão oferecendo sobretudo nas campanhas eleitorais, essas que já não demoram. Também vem sempre um bonezito  que bom jeito dá para os que como eu estamos meios calvos e estamos no inverno. É pena que todos eles tenham cores  bem acentuadas, quase refletoras para se verem ao longe. Seja como for não deixa de ser interessante  mesmo para além da politica partidária, Muita gente ganha dinheiro que  uma boa parte penso serem de todos nós. No dia de ontem num dos dos cafés da vila um jovem em amena cavaqueira comigo comentava que nas ultimas eleições  tirara uns dias de férias  e que em  trabalho extra auferiu numa semana um valor superior em muito ao seu salário mensal  auferido no empresa onde trabalhava. Em tom de desabafo diz, quem me dera que todos os meses houvesse eleições! Deixava imediatamente do trabalho que tenho e se calhar até uma gráfica havia de  arranjar. como os  demais  que faturam  rios de dinheiro. Pagam muito bem! 



domingo, 23 de abril de 2023

FRAGA DO PUIO, PICOTE E SUA ENVOLVÊNCIA NA BELEZA, OFERTA DA NATUREZA COM CHEIRO A DOURO E PAISAGEM RETRATADA


















 Amante da natureza que sou não podia deixar fazer de novo  a visita a este local nesta altura em que a primavera nos oferece imagens ultras numa conjugação perfeita na simbiose de Rio Douro e suas encostas e a primavera em toda a sua plenitude! Podemos meditando, perguntar, Natureza o que nos dás? O rio Douro, Rio de infinitos como refere a minha amiga Dr.ª Teresa Subtil num belo livro com este titulo, 

A paisagem florida nas encostas está tão bela que mais parecem telas pintadas pelos maiores artistas mas sobretudo Van Gog que muito aprecio!  O dia esteve frio mas não me tirou a vontade tal como á minha esposa que caminhando a pé  fotografando obtendo belas imagens,   

sábado, 18 de março de 2023

SUBSIDIO PARA A HISTÓRIA DA VISITAÇÃO DA COMENDA DA VILA DE CASTELO BRANCO

                         VISITAÇÃO DA COMENDA DA VILA D E CASTELO BRANCO

                                          13 DE NOVENBRO DE 1507

 Sábado, treze dias do mês de Novembro  do ano do Senhor de mil quinhentos e sete anos , chegaram os ditos visitadores comigo e com Rodrigo Ribeiro, escrivães da dita visitação, na vila de Castelo Branco, cabeça da comenda de Mogadouro, para haverem de visitar as coisas que aí tem a dita ordem. 

Acharam por comendador da dita comenda a Frei Duarte de Sousa Fidalgo da casa de El-Rei nosso Senhor e cavaleiro da dita ordem presente da dita visitação.

Viram primeiro igreja da dita vila cuja invocação é de Nossa Senhora Santa Maria, a qual visitaram estando também presente Frei Fernández,  vigário  da dita igreja com alguma parte de fregueses dela.

Viram a ousia, que quer dizer, parede da parte lateral da igreja do lado que vem o vento, que tem as paredes de pedra e barro rebocada de fora com cal  e mal calafetadas de dentro, nivelada de novo nível de pinho sobre as asnas que o dito comendador mandou nivelar e o terreno dela é piçarra   não muito plano,  e na dita parede lateral tem um altar, dizem que sagrado, posto sobre mociço  e nele uma imagem de vulto Vulto Velho e mal pintada, e dentro da dita parede uma casa de tesouro pequena coberta de telha vã.

 Tem a dita parede um arco bom de predaria e a parede dele da parte de dentro por calafetar, e da parte de fora pintada com um crucifixo e outra imagens. Forrado por cima um pouco de tabuado de pinho sobre as asnas e tem aos lados do dito dois altares ornamentados.

O corpo  da igreja tem também as paredes de pedra e barro calafetadas de dentro e de fora e está igualmente madeirada e coberta e telha vã  e tem a um canto uma pia de Batizar cerrada com seu tampão e um degrau ao redor.

Arredado da dita igreja tem um campanário de barro e calafetado de cal com seu arco cerrado  e nele dois sinos de boa grandeza e dentro da igreja tem uma campainha de levantar a Deus e outra de comungar.

O terreno da dita igreja está numa barranqueira muito desigual.

                           Titulo os dos Ornamentos  que aí foram encontrados

Primeiramente uma cruz de Frandes quase nova.

Um cálice de prata branca e velho com sua patena peso menos muito de um marco,  e outro Cálice de chumbo velho.

Uma vestimenta nova de chamelote amarelo, com seu sevastro broslado  e bom, toda comprida , forrada de boquesim  negro , que deu o dito comendador.

Um manto de zerzagania velho ainda para servir, com sua estola e manipulo sem alva. Uma vestimenta de pano de linha usada toda comprida.

Uns corporais novos delgados e bons que deu o dito comendador.

Um par de castiçais de Frandes pequenos, um frontal pintado já muito usado.

Huns mannteens atoalhados proves, e de trás da imagem um lençol velho.

Um par de galhetas velhas quebradas, e uma boceta com os óleos sagrados e uma caldeira de água benta.

Um missal místico muito grande e velho de pergaminho de pena apontado que também serve  serve de altar e assim estão e outos livros velhos que já não  servem.

Uma boa Ara sagrada encastoada em paao.

Uns ferros de fazer hóstias.

Acharam por vigário  da dita igreja um Frei, Pedro Fernandes Freire da dita ordem apresentado à dita vigairia pelo dito, comendador e confirmado  mostrou por sua carta arcebispo de Braga segundo mostrou por sua carta de confirmação , a qual carta fazia menção da dita apresentação  obrigado a ministrar aí os sacramentos aos fregueses da dita igreja e dizer missa aos domingos e festa e dois dias da semana, scilicet na segunda feira á segunda feira e também á sexta. E assim o acharam por obrigado por um capelão que sirva as capelas anexas na dita igreja. silicite a capela de Sam Sebastião de Vale Verde e também a capela de Sam Bento de Meirinhos alternatim  e que haja de ministrar aí os sacramentos aos fregueses e lhes dizer missa todos os domingos e festas e dois dias na semana e o dito vigairo o satisfaz de seu salário, pelo que da dita ordem tem.

   Acharam que o dito comendador é obrigado á fabrica da parede da dita igreja de Santa Maria e assim por aí os ornamentos , e os fregueses são obrigados ao corpo da igreja e ornamentar os altares de fora da parede.

   Viram as casas que aí tem o comendador as quais de muito tempo a cá estão em pardieiros, segundo no tombo da dita comenda faz menção. 

    Estas são as coisas que mandaram fazer  e por na dita igreja

Mandaram primeiramente ao dito comendador por serviço de Nosso Senhor e bem e honra da dita igreja e descargo da sua, visto o grande crescimento da renda que agora a dita sua comenda rende que ele mande um bom cálice de prata pondo mais um marco de prata com a prata do cálice que na dita igreja está que é muito pequeno e pobre, e mande fazer ao altar um retábulo  e nela pintada a imagem  de Nossa Senhora com as mais imagens em que ele tiver devoção de boas pinturas com seu guardanapo, ou mande aí por uma imagem boa de Nossa Senhora de Vulto, altura de quatro palmos, com suas cortinas e guarda pó de sarja coloradas qual mais lhe prouver. E assim fará abaixar tanto o terreno da parede , ousia)  que e possa fazer ao altar um bom degrau o qual mandará fazer em predaria e fará lajear ou ou ladrilhar  a dita ousia e cafelar e pincelar muito bem e tirara fora os poiafes que lá estão e mandará trestelhar para o altar e cintar de cal de maneira a que não chova nela , e poerá aí mais um missal místico de forma para o altar e um frontal de linho bem pintado e umas toalhas de flandres 

para as festas, e dois panos negros com seis cruzes para a quaresma. 

Pouco mais ou menos mandem fazer um bom campanário de pedra com seu arco cerrado em que ponham ambos os ditos sinos, sobre pena de pagarem vinte cruzados de ouro para as obras do convento de Tomar. E por todo o mês de fevereiro do ano seguinte  de quinhentos e oito, porem na dita igreja panos negros com suas cruzes para com que se cubram as imagens do crucifixo e as que estão os altares de fora da ousia , que assim cumprirão sob pena de mil reais para as obras do do dito convento.

   Viram mais os ditos visitadores a visitação do Bispo de Lamego em cuja diocese está a dita comenda e mandaram  que se cumprisse tudo o que nela é conteúdo.

   Mandara ao dito comendador sob pena de obediência que em cada um ano, ou de dois em dois, ou ao mais de tres anos preveja  e mande prover as terras de suas comendas e saiba se por ventura são, mantidas na posse das demarcações  e confrontações que ora de novo pelos ditos visitadores se fez segundo se achara pelo tombo das ditas comendas, do qual ele procurará por haver o treslados  e assim o pusera muita diligencia em mandar arrecadar seus foros e direitos, por quanto souberam que por frouxidão, e pouco cuidado de muitos comendadores , a ordem em muitos casos seus direitos, e os povos se acolhem a posse e prescrição, e assim mande prover sobre as vinhas da ordem que agora se descobriram em Miranda e os empraze ou arrecade de guisa que não se tornem a sonegar como antes andavam .

   Dada no logo da Rua julgado de Caria a XXl  de Dezembro de 1507.

 Dom João Pereira.

E foi publicada esta visitação ao dito comendador por mim  Frei Francisco  no dito lugar da rua ,dia e mês  e era sobredita.

 OBS: Texto recolhido em documentos  das visitações das comendas

  Isaías Cordeiro



quarta-feira, 8 de março de 2023

APONTAMENTOS DE CASTELO BRANCO NAS MEMÓRIAS PAROQUIAIS DE 1758

PAROCOS REDATORES E PAROCOS TESTEMUNHAS DAS MEMÓRIAS DE CASTELOBRANCO

              

             NOMES PRÓPRIOS REFERIDOS NAS MEMÓRIAS PAROQUIAIS  

                                                              1758

Titulo do  Pároco - Abade

Rendimento em Reis: 300.000

-António José Fortuna - Testemunha- Castelo Branco

- António José Pimenta, Abade de Castelo Branco

- Lourenço Domingues - Testemunha - Castelo Branco

- Leonardo Luís Pereira - Testemunha em Estevais

- António José Fortuna - Testemunha na memória- Castelo Branco

- António José Pimentel, ilustre Padre; Abade de Santa Maria de Castelo Branco: Sambade (Alfandega da Fé. 

- José Maria de Távora, filho de D.ª Leonor de Távora e Lorena ; Comendador em Castelo Branco.

- D.ª Leonor de Távora e Lorena , mãe de José Maria de Távora: Comendadora: Castelo Branco  Mogadouro.

- Manuel António, ilustre em virtude; padre, cónego da Sé de Miranda do Douro, peritíssimo  em tocar órgão e todos os demais instrumentos, natural de Estevais Mogadouro.

- MANOIO, ESFORÇADO E VALOROSO FORAGIDO QUE FEZ CASA NUM MONTE A QUE DEU NOME DE : CASTELO  BRANCO.

Esta enigmática testemunha  construindo a sua casa num monte e dando-lhe o nome de Castelo Branco  pode muito bem ajudar a   levar-nos á  de pesquisa  do  conhecimento do ano da criação deste aldeia.

  Se tivermos em linha de conta   a visitação da COMENDA DE MOGADOURO DA QUAL COMENDA , A VILA DE CASTELO BRANCO É CABEÇA , Efetuado no ano de 1507 e tendo tido uma reforma no de 1501 da qual constam alguns pormenores que podem também ajudar.

 Aqui, muito em breve publicar a visitação e oque os visitadores encontraram e mandaram fazer.

                                                                                          ISAIAS CORDEIRO

 




segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Apontamentos de Historia de CaSTELO BRANCO -MOGADOURO

 


                                                FOTO DA RIBEIRA DE CASTELO BRACO 


A aldeia de Castelo  do concelho de Mogadouro  do Distrito de Bragança  é por muitos tida como sendo outrora  a maior e a mais importante, Eu próprio enquanto nesta aldeia nascido sempre assim o   entendi e muitas coisas publiquei que,  à luz  do daquilo que ao longo destes anos   tenho aprofundado, estudos profundos  para conhecimento das realidades e acontecimentos , já não  me revejo  na total condição por todos cantados e  em evocações que , é, mais um  defender  uma atualidade que  de regras e princípios que por si só constituem um atropelo ás boas regras da cidadania, aos bons usos e costumes  que  por exibicionismo desmesurado, divida a comunidade, e como sempre deste pormenor se obtêm dividendos que obviamente devem servir toda a comunidade e não só aos grupos. O desenvolvimento que se diz haver nesta freguesia e anexas  está muito aquém daquilo que  é necessário para  um  desenvolvimento em toda a linha, começando pelo desenvolvimento cultural das sua gentes.

  Aproveito para lembrar uma frase  que diz, " A RIQUEZA DAS COMUNINADES , É A SUA CULTURA"

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

SUBSIDIO PARA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DE CASTELO BRANCO-MOGADOURO


                               
                                        CIDADANIA ALBICASTRENSE

 Foto de um cidadão desconhecido!  Igual a muitos outros, descalço até aos nove anos de idade teve a sorte de receber na escola uns sapatos que nunca tivera. Era assim em tempos difíceis! Não se importou porque sempre acreditou que um dia havia de os calçar.






Isaías Cordeiro

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

DOMINGOS ALVÃO- UM GRANDE NOME DA FOTOGRAFIA

 Um dos grandes nomes da fotografia foi Domingos Alvão, (1872- 1946). Foi aprendiz de Emílio Biel (1838 - 1915) , estagiou em Madrid, regressando ao Porto ainda no final do seculo XIX . Estabelecendo-se numa casa comercial chamada : Escola pratica de  Photogragrafia do- Velo Club, que se situava na rua de Santa Catarina, na baixa do Porto.

 Pioneiro em grandes planos, com forte sensibilidade, veria a sua arte premiada em diversos certames. Esteve ao serviço do Estado, publicou publicou na revista Ilustração  Portuguesa e viu o seu grande trabalho ser reconhecido quando recebeu a Comenda de Cavaleiro da Ordem Militar de Cristo.

 É autor  duma linda fotografia de uma Albicastrense de nome Arminda Frontoura. Com os devidos créditos e agradecimento ao Instituto Português de Fotografia e no caso a minha prima Aida Freitas , esta foto esteve presente no Festival Terra Transmontana cujo tema era, A mulher Transmontana. 

Obs: Estes dados foram Coligidos do livro FIGURAS E MOMENTOS DE CULTURA. 1900-1939 de Cesar  SantosSilva. 

domingo, 13 de fevereiro de 2022

FUMEIRO DE NOSSA CASA COMO SEMPRE!

 Ao longo dos anos tem sido assim e continuará a ser se por cá andarmos. Nos dias de hoje o FUMEIRO é este rotulado como sendo o culpado de todos os males e prejudicial á nossa saúde, perdoem mas discordo de todos estes atributos uma vez que não é um prato de todos os dias. De grosso modo come-se em dias especiais, com ou sem casulas e quase sempre em família e quantas vezes com os  amigos que ávidos de desgostar estas iguarias  vêm de todos os lados e connosco partilhar uma refeição diferente do trivial dia a dia. Faz mal ? Admito que sim no entanto a velha máxima  dos Trasmontanos e não só "Diz -se, Perdoa-se o mal que faz pelo bem que sabe". É por esta razão que ao longo dos anos se continua a  confecionar, para casa de cada um  mas mais fortemente por centenas de pequenos e grandes produtores  que sobretudo  vendem  em feiras ou nas suas casas comerciais e outas em muito ajudando a economia local. vejam-se os anos anteriores sem o "COVIDE", a Amendoeira em Flor, as festas de inverno que  neste cantinho do Nordeste se fazem, o movimento de autocarros cheios de turistas que percorrem as aldeias as vilas e as cidades. Provavelmente este ano será melhor que os dois anos anteriores e assim se deseja que seja a janela de oportunidades para todos. Oxalá assim seja!




 ISAIAS CORDEIRO.









quinta-feira, 2 de setembro de 2021

PARA LÁ DA MEMÓRIA, é a minha primeira obra literária! Outras hão de  acontecer e matéria prima não falta. 

Este livro teve como base fundamental vivencias  e lembranças para que não se percam com a minha memória e foi prefaciada pelo amigo e historiador Doutor Pimenta de Castro e foi editado pela Lema de Origem.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

SUBSIDIO PARA A HISTÓRIA DOS LAGARES TRADICIONAIS - PRENSA DE SR ALBERTO FERREIRA- CASTELO BRANCO


Lagar de  Alberto Ferreira em Castelo Branco-Mogadouro

                            (Prensa, o nome que se lhe dá !)

É um lagar tradicional!  Foi fundado  no ano de 1940 por António Augusto Moura, era natural de Figueira, na sua fundação e no mesmo lugar onde se encontra atualmente era uma junta de bois que laborava como nos demais nessa altura. 
Acompanhando sempre  a evolução tecnológica  para a extração do azeite veio ser mecanizado e por essa razão  em muito se rentabilizava a produtividade.
Deixou de laborar na década de 1980, as novas  regras implementadas, sobretudo no tratamento de águas ruças e não tendo o local condições para obras necessárias, ou mesmo se possível  seriam muito onerosas. acabou por encerrar. É  propriedade  da família  de Alberto Aires Ferreira  e dona Antónia Luzia Moura, já ambos falecidos.
 Dos existentes nesta aldeia foi o último a encerrar mas todo o seu equipamento lá se encontra constituindo um valioso acervo para memoria futura.

                                Senhor Alberto em trabalho de separação  de azeite nas talhas

                                                  Sr. Luís Venâncio e dona Lurdes Venâncio


                            Como sempre, em plena produção muita gente vinha aqui fazer companhia

                                 
                                  Lurdes Venâncio  vê o trabalho de enseirar do Ze´Parreira  e Luís Venâncio


                        
                                                                    Uma pausa! 


       A companhia dos vizinhos, Vergílio Figueira, Celestino Carreiro, Nascimento Ferreira.


 

               Dona Luzia Moura,Dona Lurdes Venãncio, Virgilio Figueira e  Celestino Carreiro


Dona Luzia   e Lurdes  Venâncio



                                          Senhor  Pacheco, marido da dona  Lurdes Venâncio .

                                                                      Zé Parreira

                                               
                                               Carrinho  cheio de seiras pronto a ser prenssado.

Obs: Fotos gentilmente  cedidas por  Manuel Moreno, genro  do Senhor Alberto Ferreira.

Isaías Cordeiro.


terça-feira, 17 de dezembro de 2019

O VAGABUNDO NA ESPLANADA- TEXTO DE MANUEL DA FONSECA



                   
                                CURSO GERAL DOS LICEUS-PROVA DE PORTUGUÊS
                                         
                                                 LICEU NACIONAL DE GIL VICENTE

 Belo texto da minha prova escrita de Português - "O vagabundo na Esplanada "do livro TEMPO DE SOLIDÃO, do Poeta,romancista,contista e cronista Manuel da Fonseca para muitos um dos maiores neo-realista contemporâneo. Nasceu em Santiago do Cacém a 15 de Outubro de 1911 e faleceu a 11 de Março de 1993 com 81 anos.  Já conhecia este texto e como tal foi mais fácil responder ao comportamento, rejeição de atitudes, avaliação critica, sociológicas entre outras do personagem.

 Após o meu regresso de três anos em Moçambique  e depois  de passar à disponibilidade continuando eu na Adega Mesquita ofereceu-me quase toda a sua obra 

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Conheci o escritor Manuel da Fonseca em 1966 quando deixei de trabalhar no restaurante Alfaia na Travessa da Queimada, Bairro Alto apenas e só porque neste, muito embora no primeiro ciclo me tenham dado tempo para estudar, no segundo ciclo  dos liceus já não seria possível conciliar já que  as nove disciplinas de três anos me retirariam  todos os meus momentos de descanso e obviamente algum do tempo da entidade patronal, a senhora Dona Ilda e senhor António Alfaia. Ambos compreendemos essa incompatibilidade e como amigos que fomos, quase família melhor dizendo mantivemos a nossa amizade para toda a vida..

A escassos metros  na Rua Diário de Noticias  havia a Adega Mesquita , uma casa de Fados de renome, propriedade de Domingos Mesquita, Dona Adelina Mesquita e seu filho Vítor Mesquita. Ambos  tinha grande amizade a Raul Cordeiro, meu tio, este que me levou por dó para Lisboa em  29 de Setembro de 1964 tirando-me das agruras da nossa terra natal onde já sofrera trabalhando como se de um adulto se tratasse.
Aqui fui muito bem recebido mantendo a salvaguarda de um quarto para dormir, alimentação e trezentos escudos que davam para pagar a mensalidade nos externatos por onde passei mas sobre tudo  na Crisfal na avenida da Republica.

Cliente frequente que era da Adega Mesquita o  amigo Manuel da Fonseca sempre me dava a força necessária para me agarrar aos livros  dizendo que mais tarde teria a minha recompensa. Nas vezes em que  eu pensava em desistir e regressar há minha terra sempre ele  arranjava palavras para me demover.
Fiz a inscrição como aluno externo no Liceu nacional de Gil Vicente de todas as disciplinas do segundo ciclo do curso geral dos liceus, nove disciplinas e vinte e nove livros.

Um episódio de realce,

Comprar todos os manuais era impossível principalmente sendo novos. Na Rua do Carmo  bem próximo do Teatro da Trindade havia uma livraria  cujo nome não me lembra que vendia livros  novos  e usados. A Dona Adelina sócia, minha amiga por ter sido  eu que durante  o tempo em que trabalhei no restaurante Alfaia lhe ia levar o almoço. Estava a par dos meus estudos e das minhas necessidades. Pediu-me a relação dos manuais para ver os usados que estariam disponíveis para me oferecer.Uma boa parte deles foram-me entregues no dia seguinte.Faltavam uma parte deles não cujo custo era superior a um mês de vencimento.
Dias depois jantavam numa mesa três habituais clientes, o sr Diamantino proprietário de uma casa de Numismática na Rua da Madalena,  o sr. Eurico proprietário de uma editora no Chiado e Manuel da Fonseca. Findo o jantar chamaram-me há mesa.O meu amigo Manuel da Fonseca perguntou quais eram os livros que ainda estavam em falta e pediu-me a relação que de imediato  lhe entreguei.
Na semana  seguinte  vieram os três  almoçar, era dia da Chispalhada um prato que todos gostavam,fazia parte da ementa semanal e em termos de gastronómicos altamente conhecido. na mesa estava um embrulho atado com um fio. Não imaginava  de que se tratava mas ao passar chamaram-me.Anda cá, tens aqui uma prenda  para ti custeado por nós. Manuel ada Fonseca puxou da relação dos livros que lhe tinha entregue e disse, agarra-te a eles e vai-nos dando noticias.  Agradeci e uma lágrima caía pela cara abaixo.Não tens que agradecer, transforma a tua gratidão em teu sucesso,luta e vencerás.
(Texto não editado)























Esteja onde estiver estou-lhe eternamente grato pela amizade e ajuda.


Isaías  Cordeiro

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

PATRIMÓNIO RELIGIOSO DE ALGOSINHO - MOGADOURO UM EXEMPLO A SEGUIR

 

                                   CONCERTO DA POLIFONIA ORQUESTRA DO PORTO

                                                                       








Isaias Cordeiro

PATRIMÓNIO EDIFICADO- IGREJA DE ALGOSINHO-MOGADOURO

         

                                            16 DE MAIO DE 2015 - CONCERTOS DA POLIFONIA

                                                       ORQUESTRA SINFÓNICA DO PORTO




























Localização: N41.2960355- W6.5625358
                      Algosinho-5200-351
                       Peredo de Bemposta-Mogadouro-Bragança
                        Igreja classificada DGCP do Norte

Isaías  Cordeiro