PISÃO NA RIBEIRA DO SOUTO-MOGADOU
Falávamos de património antigo existentes por estas bandas muito dele perdido por falta de interesse ou por incapacidade da sua manutenção. Permitam-me a minha modesta forma de ver a questão do património existente na bacia do Baixo Sabor! Antes da construção das barragens diziam os iluminados que todo o património era para preservar fosse ele o que fosse. Guardaram -se a apenas fotografias para mais tarde recordar porque de resto sobram umas paredes para lagartos que também têm direito a viver nos contornos deste anterior rio selvagem de beleza ímpar.
Falava o amigo do Pisão naquele local existente bem no cume do rochedo de forma rectangular escavado na rocha. Mesmo coberto de ramos e folhagem dá bem para ver e numa primeira abordagem pensei ser uma lagareta em que a escavação se parece com a existente no Castro de Castelo Branco mais propriamente no cabeço dos mouros. A existência do moinho com toda a sua estrutura na foz da ribeira junto desta escavação dá consistência a ser um pisão.
Pisões , um pouco da sua história e sua utilidade
Os tecidos de lã apresentavam-se frouxos quando saiam do tear, pouco consistentes e sujeitos a desfiar. Este pano designava-se "encherga" e tinha que ser pisoado ou seja fortemente batido estando molhado, para apertar e empastar as fibras da trama e da teia. Os dispositivos que desempenhavam esta função chamam-se pisões e acredita-se que esta actividade tenha sido introduzida na península pelos romanos.
Tinham um conjunto de dois maços de madeira articulados numa engrenagem que lhes transmitia movimentos contínuos verticais, batendo o tecido que se colocava numa caixa aberta. Embebido em água ou noutros produtos necessários para este fim, "incorporar / lavar /impermeabilizar".
A força motriz que movimentava os pisões era fornecida por uma roda movida por água corrente como um moinho ou azenha. A própria estrutura era semelhante.
Isaías Cordeiro
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