terça-feira, 17 de dezembro de 2019

O VAGABUNDO NA ESPLANADA- TEXTO DE MANUEL DA FONSECA



                   
                                CURSO GERAL DOS LICEUS-PROVA DE PORTUGUÊS
                                         
                                                 LICEU NACIONAL DE GIL VICENTE

 Belo texto da minha prova escrita de Português - "O vagabundo na Esplanada "do livro TEMPO DE SOLIDÃO, do Poeta,romancista,contista e cronista Manuel da Fonseca para muitos um dos maiores neo-realista contemporâneo. Nasceu em Santiago do Cacém a 15 de Outubro de 1911 e faleceu a 11 de Março de 1993 com 81 anos.  Já conhecia este texto e como tal foi mais fácil responder ao comportamento, rejeição de atitudes, avaliação critica, sociológicas entre outras do personagem.

 Após o meu regresso de três anos em Moçambique  e depois  de passar à disponibilidade continuando eu na Adega Mesquita ofereceu-me quase toda a sua obra 

.

Conheci o escritor Manuel da Fonseca em 1966 quando deixei de trabalhar no restaurante Alfaia na Travessa da Queimada, Bairro Alto apenas e só porque neste, muito embora no primeiro ciclo me tenham dado tempo para estudar, no segundo ciclo  dos liceus já não seria possível conciliar já que  as nove disciplinas de três anos me retirariam  todos os meus momentos de descanso e obviamente algum do tempo da entidade patronal, a senhora Dona Ilda e senhor António Alfaia. Ambos compreendemos essa incompatibilidade e como amigos que fomos, quase família melhor dizendo mantivemos a nossa amizade para toda a vida..

A escassos metros  na Rua Diário de Noticias  havia a Adega Mesquita , uma casa de Fados de renome, propriedade de Domingos Mesquita, Dona Adelina Mesquita e seu filho Vítor Mesquita. Ambos  tinha grande amizade a Raul Cordeiro, meu tio, este que me levou por dó para Lisboa em  29 de Setembro de 1964 tirando-me das agruras da nossa terra natal onde já sofrera trabalhando como se de um adulto se tratasse.
Aqui fui muito bem recebido mantendo a salvaguarda de um quarto para dormir, alimentação e trezentos escudos que davam para pagar a mensalidade nos externatos por onde passei mas sobre tudo  na Crisfal na avenida da Republica.

Cliente frequente que era da Adega Mesquita o  amigo Manuel da Fonseca sempre me dava a força necessária para me agarrar aos livros  dizendo que mais tarde teria a minha recompensa. Nas vezes em que  eu pensava em desistir e regressar há minha terra sempre ele  arranjava palavras para me demover.
Fiz a inscrição como aluno externo no Liceu nacional de Gil Vicente de todas as disciplinas do segundo ciclo do curso geral dos liceus, nove disciplinas e vinte e nove livros.

Um episódio de realce,

Comprar todos os manuais era impossível principalmente sendo novos. Na Rua do Carmo  bem próximo do Teatro da Trindade havia uma livraria  cujo nome não me lembra que vendia livros  novos  e usados. A Dona Adelina sócia, minha amiga por ter sido  eu que durante  o tempo em que trabalhei no restaurante Alfaia lhe ia levar o almoço. Estava a par dos meus estudos e das minhas necessidades. Pediu-me a relação dos manuais para ver os usados que estariam disponíveis para me oferecer.Uma boa parte deles foram-me entregues no dia seguinte.Faltavam uma parte deles não cujo custo era superior a um mês de vencimento.
Dias depois jantavam numa mesa três habituais clientes, o sr Diamantino proprietário de uma casa de Numismática na Rua da Madalena,  o sr. Eurico proprietário de uma editora no Chiado e Manuel da Fonseca. Findo o jantar chamaram-me há mesa.O meu amigo Manuel da Fonseca perguntou quais eram os livros que ainda estavam em falta e pediu-me a relação que de imediato  lhe entreguei.
Na semana  seguinte  vieram os três  almoçar, era dia da Chispalhada um prato que todos gostavam,fazia parte da ementa semanal e em termos de gastronómicos altamente conhecido. na mesa estava um embrulho atado com um fio. Não imaginava  de que se tratava mas ao passar chamaram-me.Anda cá, tens aqui uma prenda  para ti custeado por nós. Manuel ada Fonseca puxou da relação dos livros que lhe tinha entregue e disse, agarra-te a eles e vai-nos dando noticias.  Agradeci e uma lágrima caía pela cara abaixo.Não tens que agradecer, transforma a tua gratidão em teu sucesso,luta e vencerás.
(Texto não editado)























Esteja onde estiver estou-lhe eternamente grato pela amizade e ajuda.


Isaías  Cordeiro

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

PATRIMÓNIO RELIGIOSO DE ALGOSINHO - MOGADOURO UM EXEMPLO A SEGUIR

 

                                   CONCERTO DA POLIFONIA ORQUESTRA DO PORTO

                                                                       








Isaias Cordeiro

PATRIMÓNIO EDIFICADO- IGREJA DE ALGOSINHO-MOGADOURO

         

                                            16 DE MAIO DE 2015 - CONCERTOS DA POLIFONIA

                                                       ORQUESTRA SINFÓNICA DO PORTO




























Localização: N41.2960355- W6.5625358
                      Algosinho-5200-351
                       Peredo de Bemposta-Mogadouro-Bragança
                        Igreja classificada DGCP do Norte

Isaías  Cordeiro

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

CASTELO BRANCO-UMA ALDEIA EM CONSTANTES ATAQUES AO PATRIMÓNIO

         ESTÁ EM MARCHA MAIS UM ATENTADO AO PATRIMÓNIO RELIGIOSO

                                            EM TOM DE CARTA ABERTA

  Não se compreende muito bem o porquê mas parece ser facto consumado  o retirar as escadas da igreja matriz desta freguesia. As novas escadas encontram-se já  em corte em Mogadouro e por este facto  não tardará  que mais uma barbaridade vá acontecer. É urgente travar esta medida custe o que custar pois destruir património  construído antes o ano de 1532  no caso  as escadas  no alçado principal desta igreja em melhor estado que outras existentes em todo o Nordeste  constitui um crime contra o património desta freguesia.
Dizem os autores  desta barbaridade que as escadas estão velhas e são muito estreitas e os mais velhos não as  conseguem descer.  Pois bem, com o devido respeito pelos velhos pergunto se não  haveria velhos  desde o século XVI nesta freguesia. e para além do mais  a igreja possui uma porta lateral  bastante larga   sem degraus  e que muitas pessoas idosas e não só utilizam não sendo obrigatório subir ou descer pela  escadas da porta do alçado principal.

O pároco em outras  freguesias de sua conta sabe  que as urnas são  retiradas do interior da igreja exactamente pela porta lateral  quando a porta principal nem sequer escadas tem. Conceito ou presunção? Ou ainda,quer deixar a sua marca na história desta freguesia? Pela positiva não é e esqueça que da lei da morte não se liberta desta forma.

A avaliar pelas obras anteriores que tanto algumas pessoas apreciaram só pode resumir-se numa simples frase:
 Muito pouco resta nesta aldeia  das marcas da grandeza ao longo dos séculos sobretudo no  que ao património religioso diz respeito e do  românico pouco ou nada existe.

 Teve esta  aldeia e ainda tem  alguns ilustres  cónegos padres aqui nascidos  nesta tão grande Freguesia de outrora dos quais humildemente cumpririam a sua missão de forma exemplar aqui, Bragança.Angola, Moçambique e atrevo-me a dizer, por todo  o mundo que deles precisou.

A este propósito e porque até conheci nos meus três anos da guerra em Moçambique uma missão  em Malatane no norte da Africa Oriental de  nome, S.Luis Gonzaga de Malatane fundada pelo Albicastrense" Padre António Maria Lopes. Em livro publicado  em 1950 cujo titulo é  Espírito  Missionário Português  e aquando do seu regresso a Castelo Branco  os seus sucessores escreveram,"Nunca é demais afirmar que o Padre Lopes olhava com caridade primeiro para os outros e só depois para ele. Por isso a casa das irmãs , o hospital, as escolas e internatos são bons edifícios enquanto que a residência missionaria é o pior da Missão.
Foram nascidos  em Castelo Branco:
-Padre Carlos Alberto Moura
- Conego Luis José Afonso Ruivo
- Conego Antonio Nogueira Afonso
-Padre Antonio Maria Lopes (Já a cima referido)
-Padre Orlando Martins
-Padre Avelino Neto
-Padre Anibal Varizo
- Padre Norberto Borges

Outros que cá passaram
- Padre Eugénio
-Padre Luis

Todos estes primaram na manutenção da igreja  no seu todo ou seja no corpo , sua estrutura e sua entidade enquanto lugar de culto respeitando um património de elevado valor. Não se conhece que algum deles tivesse  opinado ou  efectuado o tipo de obras  que colocasse em causa este valor histórico da igreja Matriz desta freguesia coisa que nos últimos anos vem acontecendo.

Percorrendo o Nordeste Transmontano  numa vista  ao património  religioso coisa  que já fiz mais que  uma vez e pelas fotos que destes possuo inclusive da Sé de Miranda  verifico que muitos locais de culto têm escadas sejam no alçado principal ou outros em pior estado que os que constam da foto abaixo ou seja da igreja de Castelo Branco. E  porque não fazer referencia a igreja de Algosinho  Românico- Gótica?
A capela Mor mantém o lageado em granito original, e os arcos não tem placas alusivas a nada mas o resto da igreja está em terra  mantendo a traça que lhe valeu ser o que é, Património cultural do Norte classificado pela Direcção Regional do Norte. Ainda no ano anterior ali se efectuaram os concertos da Polifonia com a orquestra  do Porto.

 Falta ainda salientar que  ao longo da história da igreja de Castelo Branco  desde  a Comenda de Sta Maria a Velha  até à construção da Igreja no local onde se encontra  sempre foram os "fregueses que custearam as obras por imposição, ou melhor, o povo suportava as obras do corpo da igreja e os abades suportavam as alfaias, os paramentos, as hóstias  ou pão para as fazer.
Não venham dizer que  na Igreja manda só o pároco.
 Para terminar, peço que tenham em linha de conta que tal obra não carece da necessidade que dizem ter pois não passa de um embuste  de um colégio que não respeita, não gosta e com espírito de destruição de um património que urge preservar.
Pela minha parte já fiz o que me competia, informação ao Instituto do Património e outras instituições.
Aguardo com expectativa os acontecimentos e que boas noticias  venham em prol da conservação do Património já destruído o quanto baste.


Escadas construídas antes do ano de 1532

PELA PRESERVAÇÃO  DO PATRIMÓNIO E RESPEITO PELA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA  DE CASTELO BRANCO.



Isaías Cordeiro
                                                                                                                                   

             

terça-feira, 13 de agosto de 2019

SUBSIDIO PARA A HISTORIA DO PATRIMÓNIO DAS ESTAÇÕES DA CP NO NORDESTE


   " O AZULEJO" -  Da cerâmica até a mão hábeis de pintores que lhe dão vida através dos tempos, um património  rico que perdura  sabe-se  lá até quando a avaliar pela forma como os vemos  em quase todas as estações. Estação a estação que já calcorreei a mesma imagem que entristece qualquer cidadão mas  sobretudo aqueles a quem o património apaixona.  Urge tomar medidas e salvar o que ainda resta.

Para quem não conhece acrescento,  Foi esta estação inaugurada em 22 de Maio de 1938 e encerrada  em 1 de Agosto de 1988.












 Estação de Duas igrejas no concelho de Miranda. Linha do Sabor, do Pocinho a Duas igrejas.

 Isaías Cordeiro