O TEMPLO, A OBRA E SUA ARQUITECTURA
A construção do Templo teve inicio no Ano de 1698 e viria a ser aberto ao público a 3 de Maio de 1713 ainda inacabado, as obras prolongaram-se ate 1740. No ano de 1722 construiu-se o Retábulo do altar-mor de talha barroca que é dos mais majestosos e artísticos das igrejas Transmontanas.Existem referência a trabalhos nos arcos ainda em 1726 e no lajeado, de 1726 a 1728. No ano de 1732 foram pintados os púlpitos. O coro, os pórticos e,com certeza, as abóbadas foram executadas no período de 1726 a 1738. No ano de 1740 foram construídos os dois retábulos que se encontram nos braços do cruzeiro. Mais tarde, em 1767,foram pintados os caixotes das paredes e tecto da sacristia, pinturas essas atribuídas a um pintor e mestre canteiro castelhano, Damian de Bustamante, natural da Valladolid, onde nasceu em 1713.
Esta obra grandiosa foi edificada com recurso a materiais da região: Alvenaria em xisto argamassado revestimento em pedra granítica vindo da vizinha província de Castela e Leão, cal e madeira, sendo visível o aspecto da alvenaria utilizada como esqueleto estrutural em zonas não rebocadas da igreja , tais como o interior das torres e coberturas. Na sua estrutura, o templo tem planta cruciforme e é composto por três naves, transepto, capela- mor, sacristia e casa de arrumações. A fachada principal é ladeada por duas torres, de planta quadrada, com cunhais e sineiras almofadadas, divididas em quatro registos de diferente dimensão por friso cornijas, e superiormente rematadas em pirâmide revestida a telha.
O corpo, em cantaria,tem adossadas, de cada lado do portal, duas colunas dóricas, sobre um soco elevado.Estas colunas são encimadas, no topo,por outras salomónicas que enquadram nichos vazios, rematados por frontão interrompido. Estes nichos albergavam santos modelados em bronze que foram saqueados durante as invasões napoleónicas. Fazem hoje parte do espólio do museu do Louvre em Paris sendo consideradas Património da Humanidade. O portal mainelado, de dupla moldura, é encimado por uma ampla Rosácea, laboriosamente emoldurada em torno da qual são visíveis os efeitos do terramoto de 1755, pelo evidente desalinhamento dos blocos de cantaria. Uma balustrada remata este corpo central.
Os alçados laterais Norte e Sul, ritmados por pilastras coroadas por pináculos sobre os telhados, mostram um galilé de tres tramos com abóbada de nervuras. Cada tramo ostenta uma janela de feição diferente.
O interior apresenta a nave principal de arco abatido e as laterais com arcos rampantes. sobre eles foram feitas cruzarias de ogivas. A zona do arco cruzeiro apresenta abóbada do tipo anelar com falsos nervos.
O coro é sustentado por três arcos, em cantaria de pedra granítica disposta perpendicularmente à nave,suportados por esbeltas colunas dóricas.
O altar principal é ligeiramente peraltado e o retábulo ricamente decorado com talha barroca.
A sacristia contém um arcaz estriado com debruns de cordões dourados e tem o tecto e as paredes revestidas por painéis ricamente decorados com pinturas onde se destacam a pietá ( a virgem Maria com o corpo de Jesus nos braços após a crucificação) e a invenção da Santa Cruz pela Imperatriz Santa Helena.
Isaías Cordeiro
Fotos do autor
Texto: Recolha na Basilica